O Pensamento Criativo

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Pensar criativamente é "pensar lateralmente". É basicamente isso. Bem... talvez você esteja em duvida, assim como eu fiquei quando ler isto, pode estar se perguntando: mas o que é pensar lateralmente, não é mesmo? Então veja:
Segundo Edward De Bono, "raciocínio vertical” é cavar cada vez mais fundo no mesmo buraco, enquanto raciocínio lateral é tentar de novo em outro lugar". Em termos práticos, isto quer dizer que se não encontramos respostas satisfatórias para determinados problemas (do jeito que estamos procurando) devemos procurá-las em outro lugar, de outra maneira, olhando sob outro ângulo e através de outras associações. E a "chave" para pensar lateralmente é usar, simplesmente, a expressão... "e se...?"
É isso mesmo, pensar criativamente é pensar "e se?"

- E se invés de dividir eu multiplicar?
- E se invés de pintar de verde eu pintar de vermelho?
- E se invés de ir por aqui eu for por ali?
- E se invés de deixar aqui eu puser ali?



Este é o primeiro passo do pensamento criativo, é a primeira regrinha pra tirar de nossas cabeças, a mesmice do pensamento vertical! Acostume-se a pensar "e se?" e você vai ver como as idéias começam a surgir. Pense "e se?" e ouse, arrisque, experimente! Sem "correr o risco de errar você tem poucas chances de acertar!”
Veja como Sigmund Freud se referia à própria inteligência e perceba que não há grandes exigências de ordem intelectual para que qualquer um, com ousadia e determinação, possa superar suas limitações:
"Não sou realmente um homem de ciência, não sou um observador, não sou um pensador. Nada sou senão um conquistador, por temperamento — um aventureiro — com a curiosidade, a rudeza e a tenacidade que compõem essa espécie de ser."

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"Tenho capacidades e talentos muito restritos. Nenhum para as ciências naturais, nenhum para a matemática, nada para as coisas quantitativas. No entanto, o pouco que possuo, e que é de natureza bastante limitada, deve provavelmente ser de caráter muito intenso." (Textos extraídos do livro O Pensamento Vivo de Sigmund Freud, de Martin Claret.)

A grande dificuldade para que as pessoas pensem criativamente é o seguinte:

Desde pequenos somos acostumados a pensar verticalmente. Na escola, como em casa, sempre nos ensinaram que devemos fazer tudo certinho, que devemos ser objetivos, práticos, eficazes, e que a "ousadia" é um perigo que pode custar muito caro. Cientificamente, isto quer dizer que somos educados para utilizar exclusivamente o lado esquerdo do cérebro - o lado da razão e do raciocínio lógico. Porém, e o lado direito - o da imaginação, da intuição, da inventividade - como fica? Atrofiado?
É exatamente esta a dificuldade. A maioria das pessoas pensa somente com o lado esquerdo do cérebro. Poucas pessoas usam também o lado direito. Assim, quando se deparam com um problema de difícil solução, ficam com a mente paralisada, sem alternativa, não é mesmo?
É preciso, aprender a usar o lado direito do cérebro. É justamente nesse lado que se concentram todas as nossas potencialidades criativas. É preciso explorar esse mundo de talento que você tem na cabeça. Desenvolvendo tão-somente o seu raciocínio lógico, certamente você se tornará uma pessoa muito inteligente, porém, talentoso e criativo você só será quando desenvolver toda sua capacidade de "imaginar" e de "ousar".
Todos os grandes gênios que você conhece ou já ouviu falar - Chopin, Van Gogh, Matisse, Pasteur, Sabin, Nijinski, Pascal, Camões, Dante, Picasso, Cervantes - TODOS foram useiros em explorar o lado direito do cérebro à procura do original, do incomum, do diferente. Porque o comum e o banal, todo mundo faz. O diferencial de hoje em dia é fazer diferente. Porém um "diferente" melhor, um "diferente" bom a vida das pessoas, bom para o mundo, bom para a vida. E esse "diferente" só se consegue à custa de muito estudo, muita ousadia, muita determinação. A ferramenta, você tem: o cérebro. É só "brincar" com ele que você chega lá!
É preciso que se diga, contudo, que o pensamento criativo não surge do nada, não é obra do acaso. Não adianta ficar de na beira da praia esperando que um pensamento genial caia do céu porque não cai, não! Para que o espírito criativo apareça é preciso que o seu cérebro tenha substância, ou seja, que tenha uma quantidade de informações suficientemente grande para que as idéias possam brotar na sua mente. Depois, é só seguir o conselho do grande Thomas Edison:

"Qualquer homem pode alcançar o êxito se dirigir seus pensamentos numa direção e insistir neles até que faça alguma coisa".

Devemos insistir até que alguma coisa aconteça!

Louis Pasteur teve um derrame cerebral aos 46 anos, ficando com todo o lado esquerdo do corpo paralisado. Nessa época ele ainda não era um cientista famoso e ainda estudava a pebrina, uma doença que atacava a cultura dos bichos-da-seda. Mesmo debilitado pela doença e deprimido pela morte prematura das suas três filhas, Pasteur continuou trabalhando, pesquisando.
Como se não bastante tanta dor e tanto sofrimento, Pasteur ainda foi ridicularizado na Academia de Medicina por suas teses sobre a esterilização dos ambientes hospitalares. Mas continuou trabalhando, pesquisando. Até que em 1885 - quase vinte anos depois do derrame sofrido - Louis Pasteur trata e cura, pela primeira vez na história da medicina, um garoto atacado por raiva. Ele insistiu, ousou, não temeu o ridículo... e realizou!
Não importa quem nós somos hoje, não importa o que deixamos de fazer, não importam as nossas derrotas, nada disso importa. O que vale, e o que realmente tem importancia, é que nós temos dentro da caixa craniana o mais poderoso computador do mundo. E ele é todo nosso.
Saiba que Einstein, Pasteur, Gandhi, Edison, Picasso e Leonardo da Vinci tinham "computadores" exatamente iguais ao seu. Nenhuma diferença! Nenhum neurônio a mais!

“Toda criança, ao nascer, possui um potencial
de inteligência maior do que Leonardo da Vinci
utilizou em toda a sua existência".

O psicólogo Glenn Doman, autor de "Teach Your Baby Math", afirma no seu livro: "Aprender é o jogo mais importante e divertido da vida. Todas as crianças nascem acreditando nisso e continuarão acreditando até que as convençamos de que aprender é uma tarefa extremamente difícil e desagradável. Algumas crianças jamais aprendem essa lição e passam a vida acreditando que aprender é divertido, que é um jogo que vale ser jogado. Temos um nome para essas pessoas: elas são chamadas de "gênios".
De fato, ao nascer, a criança se dispõe, pela própria natureza do seu cérebro, a aprender continuadamente por toda a vida. O que impede essa "aprendizagem contínua" é a ação bloqueadora dos adultos - principalmente dos pais - que, a pretexto de educar, acabam desvirtuando a criança do seu destino natural.
Um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento contínuo da criança é a rejeição às suas manifestações criativas. Raros são os pais que elogiam seus filhos, com insistência, a cada manifestação de criatividade.
Cada vez que uma criança mostra um desenho que acabou de fazer, uma "invenção" ou uma coisa nova que aprendeu na escola, na verdade, está com sua mente expectante pronta para receber um elogio que há de estimulá-la ainda mais a dar continuidade a esta aprendizagem. Quando não há o "elogio" a criança "julga" que o seu esforço em "produzir" algo criativo foi em vão, e isso diminui sua auto-estima. Aos poucos, ela acaba "entendendo" que é uma "inútil" ou - pior ainda - que não é amada. E isso faz um mal terrível tanto para o seu desenvolvimento intelectual quanto para o seu equilíbrio emocional.
Para estimular a criatividade das crianças, você não precisa comprar revistas ou "jogos educativos", nada disso. Você precisa, tão-somente, "acariciar" o intelecto e o emocional dela. Como? Elogiando! Elogiando sempre e muito.
Se você se habituar a elogiá-la - "Que bonito! Você é muito inteligente!" - estará permitindo que ela, por si só, desenvolva seu potencial criativo (ela vai querer fazer sempre mais e melhor para agradá-lo, para receber mais elogios) e equilibre positivamente o seu lado emocional (ela vai se sentir amada, e isso é fundamental para o desenvolvimento de qualquer criança).
Muitos pais, por falta de tempo ou de informação, acabam prejudicando inconscientemente o desenvolvimento intelectual dos seus filhos. Muitos, inclusive, acham que o melhor para seus filhos é estudarem em ótimos colégios onde terão toda a assistência intelectual que precisam, e que isso basta. Este, contudo, é um erro gravíssimo. O que a criança pequena precisa, fundamentalmente, é de afeto. Repare que as crianças quando aprendem algo novo na escola, correm direto para os pais para mostrar o que aprenderam. E este momento é crucial; ele é tão importante quanto tudo aquilo que ela aprendeu. A escola "dá" a informação, ajuda na formação, mas é a relação afetuosa pais/filho que vai fazer com que toda essa informação seja bem processada pelo cérebro. Quando ela corre para mostrar o que aprendeu, está simplesmente "procurando afeto", "procurando elogio". O silêncio e a indiferença, nessas horas, faz um mal terrível e pode pôr tudo a perder.
Outro detalhe que também merece ser ressaltado, é a questão da diversão, da brincadeira. É preciso entender que o trabalho das crianças é sua diversão; crianças aprendem através de tudo o que fazem. Por isso, não é saudável cobrar das crianças atitudes de adultos. Crianças aprendem brincando, e aprendem mais do que adultos.
Um criança, por exemplo, pode aprender a ler com meses de vida, você sabia disso? Se você rotular seus brinquedos e os móveis, escrevendo o nome de cada peça, basta aguardar pois ela, naturalmente, aprenderá a identificar cada palavra, ou seja, aprenderá a ler sem que ninguém lhe ensine. Tudo naturalmente. E brincando.
Portanto, se você quer realmente estimular a capacidade criativa do seu filho, siga estes dois princípios fundamentais:

1 - Elogie sempre, sempre, sempre; mostre afeto sempre, sempre, sempre;

2 - Estimule-o a brincar sempre e muito. Em cada brincadeira, com certeza, ela estará aprendendo mais um pouco, crescendo um pouco mais. Lembre-se que ela não é adulto, não está ainda preparada para aprender como um adulto. Ela é criança; deve aprender como criança. É a lei.

Fonte :Portal Empreender para todos